sábado, 10 de dezembro de 2011

OS GRANDES LÍDERES - CLEÓPATRA





      Cleópatra é uma das mulheres mais conhecidas da história da humanidade e um dos governantes mais famosos do Egito, tendo ficado conhecida somente como Cleópatra — ainda que tenham existido várias outras Cleópatras além dela e que a história quase não cita. Cleópatra VII nasceu em 69 a.C.  na cidade de Alexandria, fundada por Alexandre, o Grande no delta do Nilo, e que nos séculos anteriores ao nascimento de Cristo desempenhou o papel de metrópole cultural, artística e económica do Mediterrâneo Oriental. Embora fosse egípcia por nascimento, pertencia a uma dinastia macedônica que se estabelecera no Egito em 305 a.C., quando o general macedônio Ptolomeu tomou o título de rei. Sabe-se pouco sobre a infância e adolescência de Cleópatra, tendo recebido uma educação provavelmente esmerada.
      A lenda fez de Cleópatra uma mulher bonita e sexualmente liberta, mas as fontes antigas enfatizam a sua inteligência e diplomacia e consideram-na como uma mulher não muito bonita. Para além do egípcio, afirma-se que Cleópatra falava sete ou oito línguas, entre as quais o grego, o arameu, o etíope, a língua dos Medas, o hebraico e o latim. As fontes antigas também atribuem a Cleópatra a escrita de livros sobre pesos e medidas, cosméticos e magia.
      Antes de falecer em 51a.C., Ptolomeu nomeou os seus filhos, Cleópatra e Ptolomeu XIII, que deveriam reinar juntos como novos soberanos do Egito. Seguindo o costume da sua dinastia, Cleópatra casou com o irmão que teria cerca de quinze anos de idade.
      Desde o início Cleópatra compreendeu que Roma era a nova potência do Mediterrâneo e que caso desejasse manter-se no poder deveria manter relações amigáveis com ela.
      Em 49 a.C. Cleópatra fornece ao filho do triunviro Pompeu, Gneu Pompeu, sessenta barcos para se juntarem à frota que lutava contra Júlio César. Perante o comportamento da rainha, os conselheiros insinuaram que Cleópatra pretendia governar sozinha e colocaram o povo de Alexandria contra Cleópatra, que foi obrigada a fugir para o sul do Egito e depois para a Síria.
      A rainha não se dá por vencida e consegue juntar um pequeno exército de mercenários, tendo regressado ao Egito para lutar contra o irmão. Entretanto a situação internacional altera-se quando a 9 de Agosto de 48 a.C. Pompeu é vencido por César na Batalha de Farsália, na Tessália. Após a derrota procura refúgio em Alexandria, tendo Ptolomeu XIII declarado que aceitava recebê-lo.
      Contudo, o verdadeiro plano do rei consistiu em ordenar a morte de Pompeu, julgando que desta forma agradaria a César. O assassino de Pompeu, um romano ao serviço de Ptolomeu XIII, corta-lhe a cabeça, que o rei apresentou a César. No entanto, esta atitude foi um erro, dado que César ficou horrorizado com o ato bárbaro. Apesar de inimigos políticos, Pompeu tinha casado com a filha de César, que morreu dando à luz um filho. César toma Alexandria e decide resolver o conflito entre Ptolomeu XIII e Cleópatra.

 
Cleópatra e Cesar

      Afastada do palácio real, Cleópatra deseja encontrar-se com César. É então que se desenrola o famoso episódio do tapete, relatado pelas fontes antigas.
      Conta Plutarco, num episódio lendário da sua biografia dos Césares, que Cleópatra marcou um encontro com Júlio César, quando este chegou ao Egito, no inverno de 48 a.C. – 49 a.C., a fim de lhe dar um presente, que consistia num tapete. Este, ao ser desenrolado, mostrou que a própria rainha estava em seu interior (Cleópatra tinha sido enrolada no tapete pelo seu servo Apolodoro).
      Cleópatra teria então argumentado que tinha ficado encantada com as histórias amorosas de César, tendo ficado desejosa de o conhecer. Tornou-se, assim, sua amante, o que ajudou a estabelecer o seu poder no país.
      Numa tentativa de solucionar a crise, César procurou assegurar que o testamento de Ptolomeu XII fosse respeitado e confirmou Cleópatra e Ptolomeu XIII como co-regentes do Egito. Para além disso, propôs que os irmãos mais novos de Cleópatra, Arsínoe e Ptolomeu XIV, deixassem o Egito e se tornassem soberanos de Chipre.
      Em Junho de 47 a.C. Cleópatra deu à luz Ptolomeu XV César, conhecido como "Pequeno César" (Cesarion). Embora César tenha reconhecido a paternidade da criança, a historiografia moderna coloca em causa esta paternidade. César recusou-se contudo a torná-lo seu herdeiro, honra que coube a Octaviano.
      Por sugestão de César, Cleópatra passou a reinar conjuntamente com seu irmão Ptolemeu XIV. Cleópatra casou-se com o seu irmão Ptolomeu XIV, tendo César partido para Roma. O Egito manteve-se independente, mas sob a proteção de Roma que aí deixou três legiões romanas.
      Em 46 a.C., a convite de César, Cleópatra instala-se em Roma, com o filho e Ptolomeu XIV. Pouco depois do assassinato de César, Cleópatra voltou para o Egito e assassinou seu irmão Ptolomeu XIV, no quarto ano do reinado dele  e passou a reinar sozinha. Seu filho passou a ser seu co-regente.
      Em 42 a.C. , Marco Antônio, um dos triunviros que governava Roma após o vazio governativo causado pela morte de César, convocou-a a encontrá-lo em Tarso para ela responder a ele sobre a ajuda que prestara a Cássio, um dos assassinos de César e, portanto, inimigo dos triúnviros. Cleópatra chegou com grande pompa e circunstância, o que encantou Marco Antônio. Passaram juntos o inverno de 42 a 41 a.C. em Alexandria. Ficou grávida pela segunda vez, desta vez com gémeos que tomariam o nome de Cleópatra Selene e Alexandre Hélio.
      Quatro anos depois, em 37 a.C., Marco António visitou de novo Alexandria, quando se encontrava numa expedição contra os partos. Recomeçou então a sua relação com Cleópatra, passando a viver em Alexandria. É possível que se tenha casado com Cleópatra segundo o rito egípcio ainda que nessa altura estivesse casado com Octávia, irmã do triúnviro Octávio. Então, Cleópatra deu à luz outro filho, Ptolomeu Filadelfo.


Morte de Marco Antonio

       O senado romano declarou-lhes guerra em 31 a.C.. Após serem derrotados por Otávio na batalha naval de Áccio, ambos cometeram suicídio, tendo Cleópatra se deixado picar por uma serpente da espécie Naja haje, em Alexandria no ano 30 a.C., e o Egito tornou-se inteiramente uma província romana.

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